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Entrevista: Orientador pedagógico destaca os desafios da educação no trabalho em equipe
A construção e o exercício das atividades em equipe no Colégio Exponencial contam com o trabalho do orientador Pedagógico, Luciano Jaeger. Em entrevista ele fala sobre os desafios postos à educação para promover novas formas e estímulos de aprendizagem e o importante papel da família neste espaço de conhecimento.
Colégio
Exponencial - Qual a função do orientador pedagógico no
cotidiano escolar?
Luciano Jaeger - Em conjunto com
as coordenadoras os professores da Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Médio, orientar
à compreensão
e implementação da
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na escola; Desenvolver ações
que objetivem a aprendizagem na Educação Básica integral por
competências, habilidades cognitivas e socioemocionais, bem como
sejam valorizadas todas as experiências dos docentes.
Colégio Exponencial - Como superar os
desafios postos à educação e promover novas formas e estímulos de
aprendizagem?
Luciano Jaeger – Este
ano aprimoramos no
Colégio Exponencial o
processo de aprendizagem desenvolvido há 30 anos, através da
implementação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) nas etapas
de ensino da Educação Básica. Em tese, estas aprendizagens
definidas na Base devem assegurar aos estudantes o desenvolvimento de
dez competências gerais durante toda a Educação Básica. Desta
forma, agora
o Colégio possui uma matriz curricular que preza pela
mobilização de conhecimentos e habilidades ou competências
socioemocionais que requer, como diz no documento da Base, “o
alcance de atitudes e valores para resolver demandas complexas da
vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do
trabalho”. Eis o desafio posto! Produzir e promover aprendizagens
inseridas num novo ambiente cultural e de demandas complexas e
concomitantemente manter aquilo que historicamente qualificou esta
instituição.
No Colégio há o projeto denominado Valores
para a Vida que tem como princípios o respeito,
o rigor acadêmico, responsabilidade e cuidado
que
produz atividades fundamentais tanto para auxiliar à formação
integral dos estudantes, bem como capacitá-los para o mundo do
trabalho. Penso que a singularidade para o alcance do êxito
histórico
no Colégio Exponencial foi a adoção da política de
formação permanente dos professores e da construção de valores
institucionais através dos processos e formas de gestão vivenciadas
dentro da escola, aliadas
aos critérios de diversidade e qualificação na composição
da equipe. Soma-se a tudo isso a participação das famílias em
diferentes momentos e espaços do cotidiano escolar. Tudo isso,
garantiu força de proposição institucional e a qualidade e
autonomia docente.
Colégio Exponencial -
Como a tecnologia está inserida e integrada ao processo do
conhecimento?
Luciano Jaeger - Outra questão
importante é perceber como está inserida no cotidiano escolar a
tecnologia, o que considero um dos maiores desafios a quem se propõe
educar. De outra forma: como vamos utilizar as novas tecnologias na
educação? Penso que no uso
das tecnologias
necessitamos,
urgentemente, ultrapassar o plano da informação para atingir o
conhecimento e quando isso ocorrer, provavelmente, haverá uma
revolução na educação brasileira. As tecnologias não podem ser
utilizadas enquanto ferramentas apenas para o lúdico, o
informacional e o narrativo. Por isso, no Colégio Exponencial são
realizadas formações permanentes com os professores justamente para
utilizar as ferramentas tecnológicas de forma crítica, responsável
e ética para, sobretudo, produzir conhecimentos em consonância com
os objetivos da Cultura Digital, uma das dez competências gerais a
ser desenvolvida no processo de aprendizagem.
Colégio
Exponencial - Como a educação é percebida hoje?
Luciano
Jaeger - O século XXI é representado por um conjunto de
mudanças e transformações que deslocam aquilo que é considerado
tradicional para um novo lugar de tempo e espaço. Nele novos signos,
novas simbologias e realidades se mesclam com as representações
tradicionais e produzem um enorme desafio a saber: apreender os
significados destas transformações e elevá-los à condição de
aprendizagem. De outro modo, atualmente vivenciamos o retorno de
vários fenômenos como o religioso, a negação da cientificidade e
a retomada das doutrinas e políticas extremas. Concomitantemente,
com o advento da tecnologia nunca tivemos tanto tempo livre,
conforto, lazer e a busca pela felicidade material se tornou uma
obsessão. Toda esta originalidade e fenômenos produzem impactos e
novos sentidos não tão somente na sociedade e cultural em geral,
mas também no espaço escolar.
Se de um lado
vivenciamos uma pretensa globalização que preza pela aproximação
entre as diversas sociedades no âmbito econômico, social e
cultural, por outro identificamos, na prática, o justo oposto: a
negação da alteridade, do multiculturalismo e do pluralismo
cultural. Estes paradoxos agudos se reapresentam em todos os espaços,
inclusive no escolar. O compromisso escolar, deste modo, incide em
perceber que a aprendizagem está inserida num processo complexo de
relações – e deve, por isso, estar atenta a tudo que se
apresenta, quer enquanto singular, diverso e desigual, quer enquanto
plural, idêntico e harmônico. Assim, pode-se dizer que a escola é
um lugar onde o novo e antigo se encontram, é um espaço natural de
superação de conflitos e não se reduz a necessidades, impulsos e
satisfação de desejos de consumo como, às vezes, a euforia
publicitária exibe.