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Setor de inclusão trabalha pelo desenvolvimento integral dos alunos
Para que a inclusão seja de fato estabelecida é necessário um trabalho de forma coletiva, com equipe gestora e colaboração de todos os funcionários e alunos. A coordenadora da Inclusão do Colégio Exponencial, Sara Lins, explica que incluir não é só estar no mesmo ambiente escolar e ter acesso aos materiais oferecidos, mas é se desenvolver integralmente e ter sucesso escolar, dentro de suas capacidades.
Em
entrevista, Sara destaca quando as diferenças se tornam estímulos para que os
alunos desenvolvam a empatia por meio do companheirismo e colaboração uns com
os outros.
Acompanhe a entrevista abaixo:
Colégio Exponencial – Quais
são as atribuições e desafios do setor de inclusão?
Sara Lins -
O trabalho de inclusão já funciona no colégio há muito tempo, porém a
necessidade de ter um olhar mais direcionado a esses alunos e suas famílias fez
com que fosse implementado neste ano uma função específica para isso. Este
trabalho visa desenvolver ações pedagógicas mais inclusivas em todos os níveis
de ensino e o desafio é justamente colocar em prática todas as ideias que
temos, equilibrando o ideal e o real, a fim de que a inclusão seja de fato
estabelecida.
É de forma
coletiva que o trabalho acontece, sempre com os auxiliares de professores e
professores, suporte da equipe gestora e colaboração de todos os funcionários
em geral. A ideia central é que possamos articular os saberes em equipe e junto
a cada auxiliar de professor e professor, ajudar a pensar em atividades direcionadas
para esses alunos. Atividades essas que façam parte do currículo comum a todos,
porém sempre que necessário, realizando as devidas adaptações, afinal, incluir não é só estar no mesmo ambiente escolar e ter
acesso aos materiais oferecidos, como também é permitir que todos possam se
desenvolver integralmente e ter sucesso escolar, dentro de suas capacidades e
com todo suporte promovido pela equipe docente.
Hoje nós atendemos 12 alunos com deficiência, entre elas o TEA (Transtorno do Espectro Autista), Apraxia da Fala, Síndrome de Down e Síndrome de Adams-Oliver (AOS), além de outros alunos que apresentam algum tipo de transtorno de aprendizagem, como Disgrafia, Transtorno Misto de Aprendizagem, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositor Desafiador (TOD), etc.
Colégio Exponencial – De que forma o Colégio Exponencial
cultiva a inclusão?
Sara Lins - A
proposta da inclusão escolar casa muito com o projeto valores, que já é
desenvolvido no colégio. Nesse contexto o primeiro passo da integração é o
acolhimento desse aluno, é conhecer suas especificidades e a partir disto criar
um movimento de conscientização com todo o grupo escolar, dos professores,
alunos, até os demais funcionários, sobre esse indivíduo e assim colocar em
prática as atitudes de respeito e cuidado que tanto é reforçado, além de outros
valores, fortalecendo ainda mais os vínculos afetivos no ambiente escolar.
O foco do nosso trabalho é em cima da real
necessidade desses alunos, portanto é nosso dever e responsabilidade buscarmos
meios para que também tenham as mesmas oportunidades
de desenvolvimento integral, de sociabilidade, de acesso ao conhecimento, ou
seja, que garantam seus direitos igualitários. Para isso, além do trabalho de conscientização,
os professores realizam as adaptações necessárias nas atividades, nos
materiais, nos projetos, esperando que esses alunos venham a fortalecer suas
potencialidades, suas práticas de autonomia e desenvolver novas habilidades e
competências.
Colégio Exponencial – Quando as diferenças se tornam estímulos para que os alunos desenvolvam a empatia por meio do companheirismo e colaboração uns com os outros?
Sara Lins - É importante
sabermos que as diferenças existem, fazem parte da nossa vida e são elas que
nos fazem seres únicos. O que devemos sempre reforçar é o que nos tornam
semelhantes, que são nossos princípios, nossa essência, entender a visão e os valores do próximo, respeitar todas as
diferenças, desenvolvendo assim a empatia que é o sentimento
que liga as pessoas umas às outras, que capta o que a outra pessoa está
sentindo e nos coloca no lugar do outro, e isso é trabalhado com as crianças desde bem pequenos. Em determinados momentos,
quando necessário, são feitas pequenas intervenções em grupos, ressaltando os
valores já desenvolvidos no colégio, entre eles o respeito e cuidado. Com
informações direcionadas, os próprios colegas tomam consciência de alguns atos
e normalmente mostram-se dispostos a mudar posturas e se propõem a ajudar com o
que for necessário. A Empatia e Cooperação
estão entre as 10 competências que devem ser desenvolvidas na educação básica.
Ela deve abordar, entre outros, aspectos de compreensão, de diálogo, respeito,
diversidade social e ausência de preconceitos.
Portanto, conviver com as diferenças só
os fazem crescer como pessoas, os tornam mais solidários, compreensivos e
conscientes. Eles descobrem por si que todos são capazes de aprender, afinal deficiência não é mesma coisa que
ineficiência.
Colégio Exponencial – Como a escola e a família andam juntas nesse caminho de inclusão e superação?
Sara Lins - De modo geral a relação família – escola é de suma
importância para que o trabalho pedagógico tenha efeito significativo na vida
de cada um de nossos alunos. Quando o diálogo entre partes é feito na mesma
sintonia, com os mesmos objetivos, as mudanças de atitudes em relação ao
aprendizado e a sociabilidade têm impacto diferenciado, é positivo e acontece
de forma fluida.
Sabendo disso buscamos sempre manter uma
relação dialógica com a família, muitas vezes com as equipes multidisciplinares
também, pois entendemos que a parceria é parte fundamental nesse processo de
desenvolvimento integral. Fortalecer os
vínculos e o diálogo é muito importante para traçarmos um caminho de coerência
e assertividade com esse aluno, então mantemos uma postura de trabalho em
equipe, cada um com suas responsabilidades específicas, mas todos com o mesmo
objetivo, afinal ambos desejam o mesmo, que os filhos/alunos obtenham sucesso na
vida.